Introduction: We aim to define the iron deficiency prevalence and eventual differences between obese patients with and without metabolic syndrome.
Material and methods: Analysis of patients evaluated at multidisciplinary consultation of obesity in our institution between 2013 and 2015 (n = 260). Iron deficiency: ferritin levels < 15 ng/mL.
Exclusion criteria: prior bariatric surgery; lack of ferritin or hemoglobin determinations.
Results: We analyzed data from 215 patients (84.2% female) with a mean age of 42.0 ± 10.3 years. The median body mass index was 42.5 (40.0 - 46.8) kg/m2 and 52.1% had metabolic syndrome. Iron deficiency was present in 7.0%, with no differences between genders or between patients with or without metabolic syndrome. Hypertension was associated with lower prevalence of iron deficiency. Type 2 diabetes and hypertension patients had higher levels of ferritin. The multivariate analysis showed that metabolic syndrome and increasing body mass index were predictive of higher risk of iron deficiency while hypertension predicted lower odds of iron deficiency.
Discussion: The prevalence of iron deficiency was similar in other published studies. Iron deficiency may be underdiagnosed if based only on ferritin concentrations. In our study, diabetes and hypertension appear to contribute to the increase in ferritin levels described in obesity.
Conclusion: Ferritin may not be a reliable index for evaluating iron stores in obese patients, particularly when associated with comorbidities such as type 2 diabetes and hypertension. Further studies are needed to guide the diagnosis and iron supplementation in these patients.
Introdução: Os objetivos foram a determinação da prevalência de défice de ferro e de eventuais diferenças entre os doentes obesos com e sem síndrome metabólica. Material e Métodos: Análise dos doentes observados na consulta multidisciplinar de obesidade na nossa instituição entre 2013 e 2015 (n = 260). Défice de ferro: ferritina < 15 ng/mL. Critérios de exclusão: cirurgia bariátrica prévia, ausência de doseamentos de ferritina e de hemoglobina. Resultados: Avaliaram-se 215 doentes (84,2% mulheres) com uma idade média de 42,0 ± 10,3 anos. O índice de massa corporal mediano foi 42,5 (40,0 - 46,8) kg/m2 e 52,1% apresentavam síndrome metabólica. O défice de ferro estava presente em 7,0% sem diferenças entre os géneros e entre os doentes com e sem síndrome metabólica. A hipertensão associou-se a menor prevalência de défice de ferro. Doentes com diabetes tipo 2 e hipertensão apresentaram valores mais elevados de ferritina. Na análise multivariada, a síndrome metabólica e o índice de massa corporal constituíram fatores preditivos de défice de ferro, enquanto a hipertensão se associou a um menor risco. Discussão: A prevalência de défice de ferro foi similar a estudos previamente publicados. O défice de ferro pode ser subdiagnosticado se baseado apenas nas concentrações de ferritina. No nosso estudo, a diabetes e a hipertensão parecem contribuir para os níveis elevados de ferritina descritos na obesidade. Conclusão: A ferritina poderá não ser um índice fiável para avaliação de reservas de ferro na obesidade, particularmente quando associada a diabetes tipo 2 e hipertensão. São necessários mais estudos de forma a orientar o diagnóstico e a suplementação com ferro nestes doentes.
Keywords: Ferritins/deficiency; Iron/deficiency; Metabolic Syndrome; Obesity.