Fisioterapia em crianças com paralisia cerebral no Brasil: uma revisão de escopo

Dev Med Child Neurol. 2022 May;64(5):e2-e12. doi: 10.1111/dmcn.15094. Epub 2021 Oct 24.

Abstract

Objetivo: Identificar e avaliar os estudos publicados sobre fisioterapia em crianças e adolescentes brasileiros com paralisia cerebral (PC), usando o modelo da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). MÉTODO: Artigos em inglês e português publicados até outubro de 2020, sem restrição de data, foram pesquisados em diferentes bases bibliográficas. Foram extraídos dados sobre as características do estudo, métricas do periódico, características da amostra, domínios da CIF explorados a partir dos componentes e desfechos das intervenções. Para caracterizar as evidências, os estudos foram classificados de acordo com os níveis de evidência do Centro de Medicina Baseada em Evidência de Oxford.

Resultados: Noventa e quatro estudos foram incluídos. Crianças com PC espástica e com menores limitações nas habilidades motoras grossas foram as mais reportadas; 67% dos estudos apresentaram baixos níveis de evidência e foram publicados em periódicos sem fator de impacto. As três intervenções mais frequentes foram o conceito neuroevolutivo Bobath/terapia do neurodesenvolvimento, a terapia com vestes e a estimulação transcraniana por corrente contínua. Os componentes das intervenções exploraram estruturas e funções do corpo (73,4%), atividade (59,6%) e ambiente (2,1%). Entretanto não exploraram a participação (0%). Os desfechos investigados abordaram atividade (79,8%), estruturas e funções do corpo (67,0%), participação (1%) e ambiente (0%). INTERPRETAÇÃO: Os estudos de intervenções fisioterapêuticas para crianças e adolescentes brasileiros com PC, apresentam maior foco em minimizar deficiências em estruturas e funções do corpo e limitações de atividades. São necessários mais estudos, com melhor nível de evidência e foco ampliado para a participação e os fatores ambientais.

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