Studies have reported changes in the epidemiological profile of patients with oral cancer in recent decades, especially regarding gender and age. This study aimed to evaluate a historical series of oral malignant lesions prevalence over six decades and define characteristics associated with the occurrence, mainly, of oral squamous cell carcinoma (OSCC). A retrospective review of histopathological records from 1953 to 2019 was conducted in three oral pathology laboratories in South Brazil about age, sex, anatomical site, clinical aspect, and histopathological diagnosis. Descriptive and analytical analyses were performed comparing the histopathological diagnoses with other variables. Multivariable logistic regression was applied to determine the associated predictors of OSCC. Of the 53,065 records available in the institutions, 986 were oral malignant tumors (including all malignant neoplasms), representing 1.86% of all diagnoses. The occurrence of OSCC in the 1960's was 80.0%, decreasing over time reaching the lowest percentage of cases in the 1990's (75.8%) and significantly increasing to 88.7% in the 2010s. Females had a lower chance than males of having OSCC independently of the decade (odds ratio=0.30, p<0.001). This was the same for older individuals compared to those younger than 40 years. No interactions between sex, age, and decade were observed. The number of diagnoses of oral malignant lesions increased over time, and the occurrence of OSCC varied. Older individuals and males had higher chances of having OSCC independently of the decade. Therefore, in this study sample, no changes were observed in the epidemiological profile over the years concerning these predictors.
Alguns estudos relataram mudanças no perfil epidemiológico dos pacientes com câncer bucal nas últimas décadas, principalmente quanto ao gênero e a idade. Este estudo teve como objetivo avaliar, em uma série histórica, a prevalência de todas as lesões malignas bucais ao longo de seis décadas e definir características associadas na ocorrência, principalmente, de carcinoma espinocelular (CEC). Um levantamento retrospectivo dos registros histopatológicos de 1953 a 2019 foi realizado em três laboratórios de Patologia Bucal no Sul do Brasil em relação à idade, gênero, sítio anatômico, aspecto clínico e diagnóstico histopatológico. Análises descritivas e analíticas foram realizadas comparando-se os diagnósticos histopatológicos com as outras variáveis. A regressão logística multivariada foi aplicada para determinar os possíveis preditores associados ao CEC. Dos 53.065 prontuários disponíveis nas instituições, 986 eram tumores malignos bucais (incluindo todas as neoplasias malignas), representando 1,86% de todos os diagnósticos. A ocorrência de CEC na década de 1960 foi de 80,0%, diminuindo ao longo do tempo, atingindo o menor percentual de casos na década de 1990 (75,8%) e aumentando significativamente para 88,7% na década de 2010. As mulheres tiveram menor risco de desenvolver CEC do que os homens, independentemente da década (OR=0,30, p<0,001). Este foi o mesmo para indivíduos com idade mais avançada em comparação com aqueles com menos de 40 anos de idade. Não foram observadas interações entre gênero, idade e década. O número de diagnósticos de lesões malignas bucais aumentou ao longo das décadas e a ocorrência de CEC variou. Indivíduos com mais de 40 anos e do sexo masculino tiveram maiores chances de ter CEC, independentemente da década analisada. Portanto, nessa amostra estudada, não foram observadas mudanças no perfil epidemiológico ao longo dos anos com relação a esses preditores.