Quality of life of physicians in the state of Minas Gerais, Brazil

Rev Bras Med Trab. 2023 Feb 3;20(3):375-386. doi: 10.47626/1679-4435-2021-730. eCollection 2022 Jul-Sep.

Abstract

Introduction: Studies conducted with physicians from different locations and age groups show a tendency to mental illness and low quality of life in this population.

Objectives: To describe the socioeconomic and quality-of-life profile of medical doctors in the state of Minas Gerais, Brazil.

Methods: Cross-sectional study. A socioeconomic and quality-of-life questionnaire (World Health Organization Quality of Life instrument-Abbreviated version) was applied in a representative sample of physicians working in the state of Minas Gerais. Non-parametric analyses were used to assess outcomes.

Results: The sample was composed of 1,281 physicians, with a mean age of 43.7 years (SD, 11.46) and time since graduation of 18.9 years (SD, 12.1); 12.46% were medical residents, of which 32.7% were in the first year of training. Of the total number of physicians, 66.4% reported feeling overwhelmed and 70.7% were satisfed with their profession. The rate of diagnoses related to depression and anxiety was higher than in the general population. Mean World Health Organization Quality of Life instrument-Abbreviated version score was 60.44±21.72. The analysis of the reported quality-of-life scores showed that younger physicians, especially women, in the first year of residence, with lower income or salary ranges, high workload, and no regular time of obtained lower scores, as well as those who reported diagnoses of depression and/or anxiety.

Conclusions: Some socioeconomic factors may influence the quality of life of the study population. Further studies are needed to develop effective social support and health protection actions for these workers.

Introdução: Estudos realizados entre profissionais médicos de diferentes localidades e faixas etárias demonstram uma tendência ao adoecimento mental e à baixa qualidade de vida nessa população.

Objetivos: Desenhar o perfil de qualidade de vida de médicos atuantes no estado de Minas Gerais, Brasil.

Métodos: Tratou-se de um estudo transversal. Foram utilizados questionários socioeconômico e de qualidade de vida (WHOQOL-Bref, do inglês World Health Organization Quality of Life Instrument-Abbreviated Version) em amostra representativa de médicos atuantes no estado de Minas Gerais, com utilização de análises não paramétricas na avaliação dos desfechos.

Resultados: A amostra foi composta de 1.281 médicos, com média de idade de 43,7 anos ± desvio-padrão 11,46 e tempo de formado de 18,9 anos ± 12,1; 12,46% estavam cursando residência médica, entre os quais 32,7% no primeiro ano de treinamento. Do total dos médicos, 66,4% se sentiam sobrecarregados e 70,7% se sentiam satisfeitos com a profissão. Observou-se elevado índice de diagnósticos relacionados à depressão e ansiedade, superior ao encontrado na população geral. A média de pontuação do WHOQOL-Bref foi de 60,44 ± 21,72. A análise das pontuações de qualidade de vida mostrou que os médicos mais jovens, em especial do sexo feminino, em seu primeiro ano de residência, que apresentam renda ou faixas salariais menores, com elevada carga horária de trabalho e sem folgas regulares apresentam pontuação inferior, bem como aqueles que informaram diagnósticos de depressão e/ou ansiedade.

Conclusões: Existem fatores socioeconômicos que influenciam positiva ou negativamente na qualidade de vida da população estudada. O aprofundamento nos estudos sobre essa realidade é essencial para o desenvolvimento de ações efetivas e abrangentes de suporte social e de proteção à saúde desses trabalhadores.

Keywords: health promotion; occupational health; physicians; quality of life.